CONHEÇA O SERVIÇO DE PAGAMENTO VIA CELULAR
Muitas empresas adorariam enfiar a mão em nossas carteiras. Mas o Google quer mais. Ele quer ser a nossa carteira.
Essa intenção foi materializada com o software para celulares Google Wallet, lançado esta semana nos Estados Unidos (nota do editor: não há previsão de lançamento do Wallet no Brasil). A ideia do programa é substituir o cartão de crédito em nossas carteiras de verdade.
Como funciona
Imagine que o Wallet é uma cópia do seu cartão de crédito. Em vez de passar o cartão de crédito em um terminal, basta ativar o celular. No momento, o único cartão de crédito compatível com o Wallet é o Citibank Mastercard. O Google diz que pretende aumentar o número de cartões compatíveis no futuro.
Mesmo quem não tem um cartão Citibank Mastercard pode usar o Wallet. Na tela em que se escolhe o cartão, há uma opção chamada Google Prepaid Card. Ela vem com US$ 10 de crédito, mas é possível acrescentar mais dinheiro vinculando o Google Prepaid Card a cartão de crédito.
Tudo certo. Então você está no mercado e o caixa informa o valor. No momento em que você passaria o cartão de crédito, você simplesmente acessa o celular (não é necessário ativar o Google Wallet antes de usar o serviço). Você aproxima o aparelho do terminal, digita a senha. A tela do celular avisa que o pagamento foi autorizado.
Segurança
Recursos de segurança, segundo o Google, estão embutidos no sistema. O chip NFC do aparelho é completamente desativado quando a tela do celular se apaga. Isso é para evitar que hackers tentem acessar as informações do cartão por meio da conexão NFC.
O Google afirma que o chip NFC poderia ficar ativo até com o aparelho desligado. Mas a empresa afirma que preferiu priorizar a segurança em vez da conveniência. Como consequência, se a bateria acabar, o aparelho não funciona como carteira.
A senha foi implementada para evitar que outras pessoas façam compra com seu celular se ele for roubado ou perdido. Se a pessoa digitar a senha errada cinco vezes seguidas, o Google Wallet trava e o usuário tem que entrar em contato com o Google.
É claro que a exigência da senha atrapalha um pouco a conveniência de usar o celular para pagar compras. Digitar códigos numéricos em telas pequenas e nem sempre precisas é chato, e nem é tão mais rápido do que usar o cartão de crédito comum. Por que não podemos ter a opção de desabilitar a exigência de senha?
Não dá nem para escolher uma senha fácil para economizar tempo. O Wallet não aceita códigos como 1234 ou 1111.
Além disso, o argumento que o aparelho pode ser roubado não procede. Acredite, se você perder seu smartphone, vai notar logo. A primeira coisa que fará é ligar para o banco para congelar sua conta.
Single Tap
Então, se o Wallet não é tão mais conveniente do que um cartão comum, pra quê serve?
A resposta do Google está no recurso Single Tap.
Ele é a próxima geração de pagamentos digitais. Em estabelecimentos que trabalham com o recurso Single Tap, o Wallet é muito mais do que apenas um cartão de crédito. Ele também guarda cupons de promoções, pontos de fidelidade e ofertas de sites de compras coletivas. O serviço Google Offers, clone do Groupon, já vem vinculado ao Wallet, mas as ofertas estão restritas a poucas cidades dos Estados Unidos.
Quando você compra usando o Single Tap, você paga pela mercadoria e, ao mesmo tempo, ganha pontos de fidelidade, acesso a promoções etc. Um toque no celular, em vez de ter que lidar com vários cartões.
No momento, porém, poucas lojas nos Estados Unidos oferecem o Single Tap. Futuramente, segundo o Google, o Single Tap estará em todo lugar. A empresa diz que 30 companhias já aderiram ao sistema, mas a atualização dos equipamentos e software pode demorar.
Uma aposta para o futuro
Se chegarmos a esse ponto, o Wallet será muito mais do que um cartão de crédito bombado. Será a peça fundamental de um ecossistema de bancos, lojas, anunciantes e outras empresas. E vai substituir tudo na sua carteira: bilhetes de transporte, passagens aéreas, comprovantes etc. Tudo de forma eletrônica, segura e fácil.
Futuramente, diz o Google, você pode estar em algum corredor de loja e, com sua permisssão, o aparelho saberá que você está lá. Ele saberá se você está no corredor das TVs e uma oferta aparecerá no seu smartphone, oferecendo um desconto pelos próximos 30 minutos. Você comprará a TV na hora e sairá satisfeito com o desconto.
Por enquanto, o Google admite que o Wallet é um aplicativo ainda em estágio inicial. Só funciona em um aparelho, de uma operadora, com um só cartão de crédito e em um número limitado de lojas. “Pedimos que entendam que é só o início e o caminho é longo”, diz um gerente de produto da empresa. “Temos que dar os primeiros passos para que isso se torne uma realidade”.
O Google afirma que o Wallet não é um produto em fase de testes (beta), mas ele deveria ser. De modo geral, usar o Wallet é fácil e rápido, mas, em várias oportunidades, digitei meu código e fiquei lá parado e com cara de bobo, segurando a fila atrás de mim. A tela dizia “Iniciando Google Wallet” e ficava lá parada. O Google afirma que eu estava segurando o aparelho muito perto do terminal (o aparelho não deveria dizer isso?).
Mas seria legal se um desses “futuramente” que o Google usa para divulgar o produto se tornasse realidade. E seria ótimo carregar uma carteira mais vazia e esquecer de comprovantes de papel e cupons de desconto.
Até lá, para os poucos afortunados que são clientes da operadora Sprint, têm aparelhos Nexus S, possuem um cartão Citibank Mastercard e compram nos estabelecimentos conveniados, o Google Wallet é uma solução bem projetada que indica um caminho para os pagamentos no futuro.
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