Pular para o conteúdo principal

E se o anticoncepcional falhar?


E se o anticoncepcional falhar?

Os anticoncepcionais, ao lado das camisinhas, são os métodos mais seguros para evitar a gravidez não planejada. Os comprimidos e injeções são fabricados por laboratórios nacionais e internacionais e, apesar dos índices de eficácia e segurança confirmados por pesquisas, podem falhar.

Segundo os especialistas, a proteção da pílula ou injeções contraceptivas é ameaçada caso a usuária não siga todas as normas de uso. Esquecer os comprimidos na cartela ou a interação com outros medicamentos, como antibióticos, remédios para emagrecer e antidepressivos, comprometem a efetividade da prevenção da fecundação e podem resultar em gestações.


Mas por vezes, de forma minoritária, são falhas graves na produção e no armazenamento deste tipo de medicamento que colocam em risco o planejamento familiar. Um pente fino realizado pela Vigilância Sanitária de São Paulo, por exemplo, detectou irregularidades em 55% das 52 amostras analisadas de anticoncepcionais injetáveis distribuídos na rede pública paulista entre os anos 2007 e 2010.

Os comprimidos anticoncepcionais (99 amostras) e as pílulas de emergências - conhecidas como pílula do dia seguinte – (4 amostras) também foram avaliados na mesma blitz e, nestes casos, os índices insatisfatórios de qualidade foram de 10%.

Virou gravidez
Segundo a responsável pelo monitoramento da qualidade dos anticoncepcionais do Instituto Adolfo Lutz de SP – responsável pelo estudo de SP - , Blanca Markan, a avaliação constante e aleatória destes fármacos diminui o risco das irregularidades chegarem às usuárias.

“A eficácia de um anticoncepcional depende, primeiro, da qualidade desta medicação e é isto que nós avaliamos. Só depois vem a adesão da usuária e o fato dela seguir todas as orientações do uso seguro”, diz Blanca.

Desde que o programa de monitoramento paulista começou, em 2007, já foram recolhidos 1,3 milhão de cápsulas e ampolas com defeito. Alguns destes medicamentos ineficazes, entretanto, chegaram a ser distribuídos em 2007 sendo necessário um “recall” das pacientes. Entre elas estava a babá Isabel de Lima Rodrigues, moradora de Ribeirão Preto, na época com 19 anos.

“Era o meu primeiro namorado. Eu fui à ginecologista e ela me receitou a injeção, que teria validade de três meses. Fiz duas aplicações, nos intervalos indicados pela médica do posto de saúde que eu frequento. Sentia segurança na injeção. Tanto que quando a barriga começou a crescer, pensei que estava engordando”, diz Izabel, hoje 21 anos, moradora de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Usuária do Contracep - pílula que teve três lotes interditados pela Vigilância de São Paulo em 2007 e a venda proibida durante 11 meses em todo território nacional – Isabel hoje é mãe de Felipe, 3 anos, segundo ela gerado durante o tempo em que tomava o anticoncepcional.

“Tudo na minha vida mudou. Eu casei, fui mãe, precisei parar de trabalhar para cuidar do meu filho. Ainda acho que sou jovem demais para ser mãe e esposa, tenho medo de não conseguir educar uma criança. Por isso tomava o anticoncepcional, para evitar tudo isso, todos estes medos.”

O advogado Enéas de Oliveira Matos representa Isabel em uma ação contra a farmacêutica produtora do Contracep, a EMS Sigma Pharma, e reconhece que o caminho é longo até conseguir uma indenização.
“Apesar deste tipo de ação em tese favorecer a consumidora lesada, na prática, é muito diferente. 

O rito é demorado e até hoje pleiteamos uma indenização a Isabel”, diz Matos. “Como ela poderia fazer o uso errado da medicação se a injeção era aplicada por uma médica do posto? E existe uma alegação cruel por parte dos laboratórios de que nenhum anticoncepcional é 100% seguro. A pergunta que fica é quem arca com este risco? Se os laboratórios se sentem confortáveis com esta margem de erro da medicação, que façam alarde dela e publicidade deste índice.”

Na época da interdição do Contracep, ao menos sete mulheres vieram a público dizer que engravidaram mesmo fazendo uso desta medicação. O laboratório fabricante EMS Sigma Pharma, por meio da assessoria de imprensa, informou que "o caso da Sra. Isabel de Lima Rodrigues é tratado com a devida atenção, em nome do respeito que a empresa tem para com seus consumidores e pela busca da verdade dos fatos". 

A nota acrescenta ainda que "o Contracep é um produto de qualidade, segurança e eficácia, presente no mercado há quase dez anos, e que atende rigorosamente às especificações de satisfatoriedade exigidas pelos órgãos fiscalizadores, como vem sendo progressivamente comprovado nas instâncias administrativas e judiciais."

Como se proteger?
O primeiro passo para escolher um anticoncepcional seguro é pedir avaliação do ginecologista sobre o produto e também as formas de utilizar. É importante também não esquecer de avisar o médico sobre as outras medicações que faz uso, seja de maneira constante ou esporádica.

Comprar as medicações em farmácias regulares, com certificado de autorização para o funcionamento – e não as clandestinas – também evita que a venda não inclua pílulas piratas, roubadas e fabricadas em situações em que é impossível mensurar se foram fabricadas e guardadas em condições ideais de temperatura e higiene.

Mas o que poucas mulheres sabem, avalia a advogada da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) do Rio de Janeiro, Maria Rachel Coelho Pereira, é que também é preciso guardar as embalagens, com a numeração dos lotes e data de validade, dos contraceptivos usados.

Isso porque, caso a paciente faça o uso totalmente correto do anticoncepcional, é mesmo assim engravide, ela estará respaldada em uma ação judicial. “Sempre é possível o ajuizamento de ação para reparação de danos morais e materiais caso haja gravidez”, afirma Maria Rachel. “Por isso, é imprescindível guardar as embalagens dos produtos usados para o caso de uma ação judicial.”


Em geral, quando os anticoncepcionais apresentam irregularidades na produção e na composição, as vigilâncias sanitárias recebem um número de queixas muito grandes. Os técnicos fazem avaliação do produto e podem interditar ou até proibir a comercialização das pílulas. Mas mesmo que a mulher tenha sido vítima de alguma falha elas precisam de uma comprovação de que fizeram uso do medicamento condenado. Daí, a importância de guardar as embalagens, reforça a advogada do Procon RJ. 
IG

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Adriana BBB11 Playboy

Adriana BBB11 Playboy Download Fotos inéditas de Adriana Sant’Anna BBB11 Playboy Em breve, estarão nas bancas as fotos da Adriana do BBB11 na Playboy . A loira, que é Miss Campos dos Goytacazes, foi eliminada do reality show da Globo na última terça-feira e já foi procurada pela revista masculina para dar início às negociações de seu primeiro ensaio nu . Confira uma prévia de como será a Playboy dessa delicinha

VIDEO SÓ AS MELHORES, OU MELHOR SÓ GOSTOSA

VIDEO SÓ AS MELHORES, OU MELHOR SÓ GOSTOSA