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Foto ilustrando o progresso da ação do veneno da
aranha marrom em uma mão. Esta aranha tem hábitos noturnos e só pica se for
ameaçada. Em regiões rurais, antes de pôr seu calçado, verifique se ele está
vazio, batendo-o contra o chão repetidas vezes, e mantenha sempre a limpeza
doméstica em frestas. No ato da picada há pouca ou nenhuma dor e a marca é
praticamente imperceptível. Depois de 12 a 14 horas ocorre um inchaço
acompanhado de vermelhidão na região (edema e eritema, respectivamente),
que pode ou não coçar. Também pode ocorrer escurecimento da urina e febre. Com o
avanço (sem tratamento) da picada, o veneno (dependendo da quantidade
inoculada) pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em
alguns casos, morte. Se for picado, lave a região e deixe-a em repouso. Corra a
um posto de saúde levando a aranha viva ou morta. O soro deverá ser aplicado em
até 36 horas após a picada.
Por mais que sejam venenosas, as aranhas-marrons não são consideradas
agressivas, pois só atacam ao se sentirem ameaçadas: por exemplo, quando são
comprimidas contra o corpo da vítima. Foi o que aconteceu com a aposentada
Eliane de Souza, picada, há 18 anos, no período de gestação. Ela comenta que,
por conta da gravidez, o cuidado com o caso teve que ser redobrado: “Faltava
apenas uma semana para minha filha nascer, então os médicos tiveram que tomar
muito cuidado com a medicação, garantindo que o veneno não iria interferir no
desenvolvimento do bebê”.
Mais da metade das situações de atingidos por aranha-marrom registradas em
Curitiba foram classificadas como leves, cerca de 20% como moderadas e apenas 1%
como graves. A supervisora do Centro de Controle de Envenenamentos (CCE) do
Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Doutora
Marlene Entres, afirma que a gravidade do caso pode estar relacionada tanto com
a quantidade de veneno injetado na vítima, quanto com a existência de outras
complicações de saúde. Por ser asmática e cardíaca, a secretária de 63 anos,
Doraci David, teve os sintomas do envenenamento bastante agravados: “Passei 30
dias indo diariamente ao posto de saúde para fazer o acompanhamento e ter
certeza de que o tratamento surtiria efeito”, diz.
Geralmente, a vítima não percebe o momento em que ocorre a picada desse
aracnídeo - muitas vezes, confundida com a de um inseto comum - e as reações só
aparecem horas depois do acidente, como conta a estudante Giovana Bilotta: “Fui
picada na noite que passei na casa de uma amiga, mas só percebi no dia seguinte,
quando meu pé já estava bastante inchado e dolorido”. O envenenamento por meio
da aranha pode evoluir para dois casos clínicos: o cutâneo - mais freqüente e
menos agressivo – e o cutâneo-visceral, com reações mais perigosas (ler
“Reações ao veneno”) . Seja qual for o quadro, é recomendado que a vítima
ingira bastante líquido, não manuseie nem coloque soluções caseiras sobre a
ferida, procure uma unidade de saúde e retorne diariamente ao posto por, no
mínimo, dois dias.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Curitiba, desde 1995 não é registrado
óbito por envenenamento de aranha-marrom. No entanto, a média de 3 mil acidentes
causados por esse aracnídeo se mantém nos últimos anos. Segundo a Professora
Doutora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Marta Fischer,
em Curitiba há, predominantemente, duas espécies da aranha: a Loxosceles
laeta e a Loxosceles intermedia . Esta última representa 90% da
população do animal na cidade e possui características bastante peculiares: “A
Loxosceles intermedia tem uma enorme facilidade de se locomover, além de
se adaptar facilmente ao ambiente”, esclarece a especialista. Além disso, de
acordo com Marta, como o animal vive, geralmente, no interior de residências,
possui menos predadores e competidores por alimentos, o que facilita o aumento
da sua população.
Prevenção de acidentes
As aranhas-marrons possuem de um a três centímetros de comprimento e são
encontradas principalmente na Região Sul do país. Elas têm hábitos noturnos e
costumam se abrigar em locais escuros, quentes e secos, como móveis, cortinas,
frestas, no sótão e porão, no meio de roupas e sapatos e em materiais de
construção.
Algumas medidas simples podem ser tomadas para evitar que a aranha-marrom se
aloje, por exemplo: limpar o domicílio e seus arredores com freqüência; remover
entulhos, como telhas e sobras de material de construção; combater a
proliferação de insetos que servem de alimento para o aracnídeo; vedar frestas
em paredes, portas e assoalhos; a cada quinze dias, passar pano úmido ou
aspirador de pó em locais onde existam teias de aranhas; afastar as camas das
paredes; não deixar que as cortinas encostem no chão e examinar roupas e
calçados antes de vesti-los.
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EI ESCREVE ALGUMA COISA AI